Depois desta primeira experiência com Sérgio Luís de Carvalho - e tendo confirmado as minhas suspeitas que ele reside na minha área - fiquei muito contente por ver que várias pessoas já tinham lido o novo livro e que a opinião era praticamente unânime: trata-se de um livro muito bom.
A editora Clube do Autor - a quem tenho de agradecer - cedeu-me um exemplar de O Rinoceronte do Rei que li em apenas quatro dias.
Em 1514, o sultão de Cambaia recebe uma comitiva portuguesa que pretende solicitar autorização para construir uma fortaleza em Diu. Como forma de agradar ao sultão, os portugueses oferecem-lhe, em nome do Rei D. Manuel I, vários presentes. Apesar da resposta negativa, o sultão oferece à coroa portuguesa um rinoceronte.
E é assim que, no início de 1515, chega um rinoceronte a Lisboa. Um animal, de tal forma exótico, que a novidade chega a vários cantos da Europa e suscita interesse de várias pessoas, nomeadamente do artista alemão, Albrecht Dürer.Mas, esta não é só a história do rinoceronte que, ainda hoje, está imortalizado na Torre de Belém. É também a história de Océm, o tratador do animal e que o acompanha desde a Índia. Océm cai de amores por Esperança, uma escrava moura, e tudo faz para conseguir a sua liberdade.
Este livro é baseado em factos reais, o que me deixou ainda mais interessada na sua leitura. Já aqui tenho dito que se um livro me ensinar qualquer coisa, a sua missão no mundo está completa - e aprendi muito com este. Não fazia ideia que um rinoceronte havia sido oferecido ao rei. Não fazia ideia do burburinho.
Fui procurar mais informações, e no site da Torre de Belém pode-se ler o seguinte: "Em Portugal o rinoceronte foi imortalizado, encontrando-se representado numa das guaritas da Torre de Belém e também no Mosteiro de Alcobaça, onde existe uma representação naturalista do animal de corpo inteiro, com função de gárgula, no Claustro do Silêncio".
A História de Portugal é, realmente, uma coisa fascinante. E esta história não o é menos. O final não é totalmente feliz, mas é interessante ver que um episódio que, entretanto, se perdeu nos séculos seja tão complexo e simples, ao mesmo tempo. Recomendo vivamente.
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