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sábado, 18 de maio de 2024

Desafio

Aii o que levarias para ler, se fosses para uma ilha deserta? Aii quais são os livros que gostarias de ler até ao fim da tua vida?

São mais que muitos os desafios que pululam por esta Internet fora. Damos um pontapé numa pedra (virtual) e saltam de lá mais 4 desafios literários.

Mas há uns dias, tropecei num - igual a tantos outros - mas que me fez rir.

Se fosses parar à prisão, por um crime menor, e se apanhasses, por exemplo, 1 ano, quais seriam os 10 livros levarias para a prisão contigo? 

(há um horizonte temporal credível e, com a faltinha de paciência com que ando, uma justificativa ainda mais credível para estar afastada da sociedade...)

Que livros levaria comigo se fosse de cana, amanhã?

- O Deus das Pequenas Coisas, de Arundhati Roy: já li este livro há tantos, tantos, tantos anos que gostaria de mergulhar novamente nesta história que nos conta muito sobre a cultura da Índia. Só me recordo muito vagamente da narrativa em si, mas tenho memória do sentimento quee despertou. 

- Os Capitães da Areia, de Jorge Amado: por causa de um dos últimos livros que li, recordei esta obra que foi aquela que me introduziu aos livros de Jorge Amado. Li este livro, sem exagerar, meia dúzia de vezes e gostaria imenso de o reler. 

- um livro do João Tordo. Qual? Não sei. Tinha de fazer "pim-pam-pum" aos que ainda não li. 

- Anna Karénina, de Tolstói: sim, ainda o estou a ler. E estou a ver que isto está para durar. 

- ando a ler a série Trono de Vidro da Sarah J. Maas, portanto, acho que levaria o 4° volume desta saga para ir intercalando com algum mais pesadote. 

(já vou a meio da lista, e não está fácil) 

- gostava muito de voltar a Murakami. Há muitos anos que não leio nada dele e escolheria, talvez, Norwegian Wood, que está na minha lista há meia vida. 

- Wolf Hall, de Hillary Mantel. Tenho o sacana do livro há minha espera, desde 2022, porque me troquei todinha e comprei o 2° volume da trilogia do Thomas Cromwell a pensar que era o primeiro, e depois não estava a perceber bilhufas e foi aí que percebi que sou uma inepta e tive de comprar o 1° volume. 

- Amores da Cadela Pura - confissões da Marquesa de Jácome Correia, de Margarida Victória: sei que li um livro qualquer que fazia referência a esta Marquesa, que era um bocadinho "à frente" para a sociedade da altura e descobri que tinha um livro em nome próprio e com este título absolutamente maravilhoso. Entrou na minha lista de desejos num piscar de olhos. 

(já só faltam 2)

- Arquipélago Gulag, de Aleksandr Solzhenitsyn (tive de fazer batota para copiar este nome). Há anos que este livro está na minha lista. Já li vários livros sobre campos de concentração nazis, mas russos, acho que não. E o facto deste livro não ser ficção; ser a descrição da vivência de alguém que esteve lá, deixa-me cada vez mais inclinada a pegar nele. Talvez num futuro próximo. Quando for dentro... 

(último, finalmente!) 

- Meio Sol Amarelo, de Chimamanda Ngozi Adichie: sabem há quanto tempo tenho este livro? Têm uma pequena noção? Alguma? Pois, há demasiado tempo. Comecei a lê-lo num ebook reader no telemóvel ate ter percebido que 700 e tal páginas são muitas páginas para estar a esforçar os olhos num ecrã pequenitates. 

Opiniões sobre estas escolhas?


quarta-feira, 15 de maio de 2024

Leituras de Abril

O meio do mês é uma altura tão boa como qualquer outra para mostrar as minhas leituras de Abril.

"Ahhh, mas Abril já foi há tanto tempo. É tão mês passado" - oiço-vos a cochichar. Pois, mas Abril foi há 15 dias e Junho é daqui a outros 15, portanto, não me apoquentem e apreciem as sugestões enquanto estou disponível para escrever.


A imagem, claramente, é um print do Goodreads, portanto, a última foto foi do 1° livro que terminei.

Comecemos com Saga. Ainda há fãs por aí? Já vamos no volume 11 e a qualidade continua alta.

Seguimos para Torto Arado de Itamar Vieira Junior. Comprei este livro há umas semanas naquelas caixas da FNAC com livros mais baratinhos, porque têm algum problema. Neste, era a contracapa que estava rasgada.. O que não afeta absolutamente nada a experiência de leitura. Escrevi no Instagram que lee Torto Arado me deu umas "vibes" de Jorge Amado. O que, desde já, é um tremendo de um elogio dado que Amado é um génio (li os Capitães da Areia, na boa, umas cinco vezes).

Falando em Jorge Amado...o tema deste mês para o clube de leitura era ler um livro de um vencedor do Prémio Camões. Inicialmente, separei das minhas estantes, o livro As Meninas de Lygia Fagundes Telles, mas depois lembrei-me de um outro que me iria dar, infinitas vezes, mais gosto: Com o Mar por Meio. Uma amizade em Cartas. Um livro publicado pela Fundação Jorge Amado que nada mais é do que a troca de cartas e faxes entre Amado e Saramago. Uma leitura muito interessante, que espelha a amizade de dois monstros da literatura lusófona. Há passagens simplesmente deliciosas!

Terminei Março com uma mulher e portuguesa. Onde Cantam os Grilos de Maria Isacc, conta-nos a história da família Vaz pelos olhos de Formiga. Formiga era bebé quando foi deixado na Herdade do Lago e desde então que os Vaz, uma família bem estabelecida, são os seus heróis. Como criança que é e tendo a liberdade de circulação que tem, Formiga sabe tudo (ou pensa saber) de cada um dos elementos da família que o acolheu. Mas descobre um segredo que acaba por destruir a própria família e o obriga a deixar a infância para trás definitivamente. O livro é escrito na perspetiva de um Formiga já adulto, na casa dos 30, depois de 20 anos de ausência da Herdade que o viu crescer. Excelente leitura e com uma narrativa com o compasso certo. Gostei muito. 

domingo, 12 de maio de 2024

Pois que nem só de livros vive o Homem e a Mulher

Também vive de séries, pois está claro. E tenho visto, aqui e ali, umas coisinhas. Mas o que quero mesmo destacar é a série da Netflix - O Problema dos Três Corpos.

Esta série, para os mais desatentos, é a adaptação do livro com o mesmo nome, do autor chinês Liu Cixin. Livro esse que li em 2021 (https://capamole.blogspot.com/2021/05/recuperar-do-atraso-parte-3.html?m=1), depois de vários anos para que fosse traduzido para português.

Com o sucesso da série - que obviamente já vi - voltou também o meu entusiasmo pela trilogia (sabem aquela sensação de "só eu conheço esta pequena peça de arte e não tenho ninguém com quem falar dela"? Pois, era eu, nestes anos).

E eis que a minha última aquisição foi A Floresta Sombria - o segundo volume da trilogia, que está a ser publicada pela Relógio D’Água (vou confessar: o livro está, neste momento, no banco de trás do meu carro e não me apetece ir buscar para efeitos se foto armada ao pingarelho. Quando o ler, tiro a foto conceptual-ócoisa).

Mas, Cristina Maria, o que sucede no livro? Resumo rápido: o livro começa durante a Revolução Cultural Chinesa. Ye Wenjie vê o pai, um professor de Física, a ser barbaramente morto devido aos conteúdos que ensinava aos seus alunos. Posteriormente, é levada para uma base militar e consegue entrar em contacto com formas de vida alienígena.
Nos nossos dias, vários cientistas aparecem mortos e Wang Miao, especialista em nanotecnologia, irá trabalhar com a investigação, que conduz a um estranho jogo de realidade virtual, cujo objetivo é prever as eras de bom tempo.

O livro não é simples de ler, especialmente porque aborda temas muito científicos e conceitos estranhos para a vasta maioria; aconselho a que se foquem na história e que vão de mente aberta e tempo disponível. 

quarta-feira, 8 de maio de 2024

Os russos da minha vida

Desde muito cedo que tive a estranha convicção que os escritores russos eram muito a "minha cena".

Curiosamente, raramente os leio. Estão lindos e maravilhosos na minha estante, num cantinho só deles Dostoievski, Pasternak, Ostrovski e Tolstói.

Este ano, calhou ler Um Gentleman em Moscovo - livro maravilhoso, escrito de uma forma tremendamente elegante e cativante, com uma história perfeitamente estupenda - onde o livro Anna Karenina é referido uma infinitude de vezes.

Pois que Anna Karenina é um daqueles que vive cá em casa há 3 anos. E decidi que era boa ideia começar a lê-lo. E comecei sim...em Fevereiro. E estou quase nas 250 páginas de um livro com quase 800.

É um livro denso, não é fácil de ler, e não sendo propriamente um livro leve (tem 871 gramas) não é a leitura mais portátil que possuo. Literalmente, estou há espera de ter férias para lhe dar mais um avanço, e tentar terminá-lo ainda este ano. 

Desejem-me sorte!




domingo, 5 de maio de 2024

Goodreads Reading Challenge

 Já liguei mais ao número de livros lidos do que atualmente, mas ainda assim não deixo de me sentir vaidosa por ver que, apesar da falta de tempo, vou conseguindo ler.

Já aqui disse várias vezes que, desde criança, leio muito. O Henrique segue muito este meu legado, e isso deixa-me feliz - hoje, as conversas com os amigos pelo Whatsapp, ou o apelo dos jogos de computador e PlayStation vão ganhando um pouco mais de espaço na vida dele, mas consegue equilibrar bem.

Dado que, em Agosto de 2022, comecei um trabalho das 9 às 18, deixei de ter tanta disponibilidade como tinha antes. Em 2023, marquei que ia ler 12 livros - um por mês. Se cumprisse esse objetivo, ficaria muito contente. Li 34, mais de 2 por mês.

Este ano, voltei a apontar para os 12 - só para comprovar que o ano anterior não tinha sido um acidente de percurso. Já li 17 e estou radiante da vida - até porque alguns deles foram incríveis. 



quarta-feira, 1 de maio de 2024

15 anos de blogue - o Capa Mole é um adolescente de pleno direito!

 Junho de 2023. Foi este o mês em que publiquei algo pela última vez neste espaço. Às vezes - muitas vezes, aliás - penso que, o melhor, nestas circunstâncias, é fechar definitivamente este espaço.

Mas, sou uma pessoa que se apega. Este blogue fez 15 anos em Dezembro. São muitos anos e muitos livros... E, não sei, sincera, se sou capaz de colocar um ponto final ao Capa Mole & Companhia.

Este blogue nasceu numa era em que os blogues eram fixes. Já tive duas companheiras de escrita, em alturas distintas, mas que a vida afastou.

Já tive parcerias com editoras, que acabaram por cair, porque, realmente, não conseguia responder ao grande advento do Instagram, do TikTok e outras redes, por falta de tempo. 

Quero com tudo isto dizer que ainda não vou desistir. Foram 9 meses de paragem (uma gestação inteira, portanto), mas, talvez, com um bocadinho mais de força de vontade, consiga voltar a escrever aqui.

Tenho saudades, sabem... de escrever! De transmitir o que sinto com os livros! 

Enfim, basta de dramatismos e de vitimizações de quarta-feira, e mais livros e leituras.

Tinha um saldozito na Bertrand a expirar e decidi começar a ler este livro no mês da Revolução. E já vou quase na página 200.