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sexta-feira, 30 de agosto de 2024

O meu homicídio, de Katie Williams

Parti para a leitura deste livro com a expetativa de ser algo semelhante ao "como matar a tua família" de Bella Mackie que li no verão passado. 

É o que dá não ler as sinopses antecipadamente... Toma e embrulha, Cristina Maria.

Sucede que não existe qualquer relação. Nada. Zero. Niente. 

No ano passado, li um livro leve, divertido com uma sociopata que, no fundo, só queria matar a família do pai para herdar toda a enorme fortuna e vingar-se.

Desta vez, li um livro que me deixou agarradinha a cada página, com os nervos de não saber o que ia acontecer a seguir.

Lou tem um casamento feliz e uma filha bebé amorosa. Acontece também que Lou morreu. E esta Lou que tenta consolar a sua bebé que chora é um clone daquela que foi a quinta vítima de um serial killer.

Graças a um programa especial do governo, foi possível trazer, de volta à vida, as cinco vítimas de Edward Early, que se encontram regularmente. A única coisa que não foi possível recuperar foram as memórias mais recentes, os últimos dias de vida... E é ao tentar reviver esses dias, e tentar perceber ao certo o que lhe aconteceu realmente que Lou chega à conclusão que algo não bate certo...

Não é um livro divertido de se ler, no sentido em que não é uma comédia. Mas é um livro que superou aquilo que eu esperava dele. Não é o thriller habitual, de faca e alguidar, mas é um mistério interessante, com um belíssimo ritmo. E acaba quase também por ser uma distopia, dado que as pessoas estão "equipadas" com ecrãs e existe tecnologia capaz de criar clones e transferir a sua essência para essas duplicações. Após o julgamento, o serial killer foi condenado, não a prisão perpétua, não à pena de morte, mas sim, a ficar numa espécie de coma, onde iria ser sujeito de alguma forma a um tratamento para "reverter" a sua sociopata, e tentar "injetar-lhe" empatia. Tudo muito diferente daquilo que é a nossa realidade, portanto. 

É, por isso, interessante também ver que tipo de sociedade é que a autora imaginou. Como disse, tem um bom ritmo, uma história cativante - talvez haja um par de personagens que sejam um pouco dispensáveis, na falta de melhor expressão - e não ficaria minimamente surpreendida em saber, daqui a uns tempos, que este livro iria resultar num filme.

Mais um bom livro para os dias de Verão. 

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

Clube do Crime das Quintas-Feiras

Nestas férias, consegui ainda ler os 3° e 4° volumes da série de Richard Osman, o Clube do Crimes das Quintas-Feiras.

Não há muito que possa adiantar em relação a estes livros, além de que seguem 4 idosos - Elisabeth, Joyce, Ron e Ibrahim - que se juntam, semanalmente, na comunidade onde residem, para resolver crimes. Inicialmente, a ideia era resolverem ficheiros arquivados, mas este quarteto atrai problemas e, nesta série de livros, os crimes cometidos e que o grupo tenta desvendar são bem atuais.

Elisabeth, apesar de não o dizer imediatamente, apercebemo-nos que trabalhou com alguma agência de contr-espionagem. Mais dura e com recursos, é o contraponto daquela que será a sua melhor amiga, a doce e querida Joyce. Antiga enfermeira, Joyce é a avózinha que faz bolos, vê reality shows e para quem todos são potenciais amigos. Ron é um antigo sindicalista, adepto do West Ham e um durão à moda antiga. Finamente, Ibrahim é um psicólogo metódico e perfecionista. É o melhor amigo de Ron e o bom senso do grupo.

Até as personagens secundárias são maravilhosas: os elementos da polícia Chris e Donna, Bogdan, Stephen (marido de Elisabeth)... Facilmente nos apegamos a esta gente e torcemos genuínamente por eles, rimos com eles e choramos com eles.

Se querem uma boa leitura no que resta deste verão, rápida, light e engraçada, optem por estes livros. Aconselho a lê-los por ordem. Apesar dos crimes não estarem relacionados, cada personagem é desenvolvida tendo em conta as circunstâncias de cada livro. As relações nascem e crescem aos poucos, livro a livro.

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

O quarto de Giovanni

Acontece que estou de férias e tenho estado a pôr a leitura em dia.

Tenho lido bastante e estou muito contente com isso, especialmente porque li, pelo menos um livro, que andava há séculos para ler: O quarto de Giovanni, de James Baldwin.

David é um jovem americano que se encontra em Paris com a namorada, Hella. Dado que a relação entre os dois estava a ficar demasiado séria e que o casamento seria o passo seguinte, e não tão certa de querer dar esse passo, Hella decide viajar por Espanha, enquanto David se mantém na capital francesa.

Numa noite, conhece Giovanni, um jovem italiano, empregado num bar de fama dúbia. 

Nisto, os dois jovens iniciam uma relação amorosa, tendo David, inclusivamente, se mudado para o quarto onde Giovanni vivia. David sempre disse que, quando Hella, regressasse, iria voltar para ela.

Até que esse regresso se realiza e David abandona Giovanni, sem uma única palavra. Enlouquecido pela tristeza do abandono, Giovanni vê-se envolvido num viole to homicídio e é condenado à morte.

Este foi o primeiro livro de James Baldwin que li e fiquei maravilhada pela sua escrita de uma beleza, mesmo escrevendo sobre um assunto tão tabu. O quarto de Giovanni foi publicado, nada mais nada menos que em 1956.

A intensidade, a paixão, o desejo, a dor, o arrependimento são quase palpáveis em cada linha do texto.

O único livro que li antes e que me transmitiu as mesmas sensações que senti com esta obra, talvez tenha sido "A campânula de vidro" de Sylvia Plath. 
Temas completamente diferentes, personagens que não podiam ser mais opostas, mas... aquilo que as palavras escritas ecoaram dentro de mim... 

Só lido. Vão... Eu espero aqui por vocês. Juro. 

quinta-feira, 15 de agosto de 2024

Grishaverse, aqui vamos nós! - parte 2

Há alguns dias que tenho andado fugida. Sucede que estive ocupada no trabalho, dado que a empresa iria fechar para férias, e eu própria estava a ultimar os preparativos para as férias de família. Isso não me impediu de ler, mas sim de publicar o que tenho lido. 

Vejamos então o que não passou pelas redes sociais. 

Terminei a trilogia Grishaverse - eu avisei que me tinha entusiasmado! 

Alina Starkov, ciente dos seus poderes, tem conhecimento da existência de artefactos míticos que poderão aumentar esses poderes e ajudá-la a derrotar o Darkling - o grande vilão da saga. 

Mas a que preço? No meio de toda a confusão, a relação amorosa que iniciou com Mal (seu amigo de infância) pode ficar irremediavelmente comprometida. Novos laços são forjados, e, desta vez, Alina não está sozinha. 

Obviamente que este texto tem de ser o mais linear possível para tentar não entrar em pormenores que possam dar spoilers. 

É uma boa saga, como disse no texto anterior, para não intelectualizar. Tem magia e fantasia aos pontapés, pelo que é só deixar ir na onda...