Paul Sussman,
jornalista e egiptólogo faleceu prematuramente em Maio de 2012 com apenas 45
anos. Escreveu algumas obras que misturam o policial com a acção e a egiptologia
de forma magistral, thrillers empolgantes, cativantes e que prendem até à
última página.
A sólida
formação e experiência em escavações arqueológicas, bem como o profundo
conhecimento do Egipto, transparece no detalhe do pano de fundo onde se
desenrola, parcialmente a acção dos seus livros.
Dos quatro
livros que deixou, venho-vos falar de dos dois que já li, e posteriormente
comentarei o terceiro que me foi oferecido recentemente.
O «Oásis
Escondido» tem como base a lenda da localização do famoso oásis de Zerzura
perdido algures nas areias do deserto.
Freya Hannen
desloca-se ao Egipto para o funeral da irmã Alex, alpinista profissional que se
terá suicidado. Com a ajuda de Flin Brodie, um egiptológo a residir no Cairo,
amigo da sua falecida irmã decide investigar as verdadeiras causas que envolvem
a sua morte.
A história
leva-nos para os meandros do sub-mundo do Cairo, para a corrida contra o tempo
e para a busca incessante de um oásis mítico e do segredo que este encerra desde
tempos imemoriais.
O enredo bem
urdido, magistralmente encadeado, num processo de acção contínua que nos faz
suspender a respiração e quase perder o fôlego nas deambulações e perseguições que
culminam na descoberta de Zerzura, do seu segredo motivo que levou à morte de
Alex. A par da narrativa a ímpar mestria nas descrições e referências
históricas bem fundamentadas.
Já no «Labirinto
de Osíris», a acção divide-se entre a milenar Jerusalém e o Egipto. O que liga
Yusuf Khalifa, polícia de Luxor e Arieh Ben-Roi, detective em Jerusalém?
Um tenebroso
crime ocorrido no Patriarcado Arménio de Jerusalém que havia vitimado uma
jornalista, Rivka Kleinberg que investigava o tráfico de seres humanos. A
ligação da sua morte a um engenheiro desaparecido em Luxor em 1931, volta a interligar os
dois homens, velhos amigos, numa investigação sem paralelo.
No centro do
enredo encontra-se o mítico labirinto egípcio cuja localização é ainda hoje um parcial mistério e que serviu de palco ao desenrolar de mais um thriller que
aborda temas tão actuais como o tráfico de seres humanos, terrorismo
anti-capitalista.
Não revelo muito
do enredo de ambos os livros propositadamente uma vez que a sua «magia» reside
nos temas tratados e na manutenção de algum secretismo para não defraudar as
expectativas do leitor.
Livros imperdíveis por um autor que nos deixou cedo demais. Recomendo vivamente a todos os que gostam de um bom livro de aventuras na senda das lendas históricas, da acção e suspense e em particular a todos os apaixonados pelo Egipto.
O próximo
será...«O Último Segredo do Templo» que em breve vos falarei.
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